O papel do Middle Management durante a COVID-19
«Liderar é estabelecer uma sociedade entre o líder e a sua equipa.»
- Ken Blanchard
No atual contexto provocado pela COVID-19, proliferam os artigos centrados na importância do Top Management em tempos de súbita instabilidade. Se é certo que a Liderança de Topo tem aqui uma supremacia fundamental, a par naturalmente dos Recursos Humanos, não menos significativo é o lugar do Middle Management. Com efeito, no conjunto das hierarquias organizacionais, as designadas Chefias Intermédias assumem um papel crucial, imprescindível e acerca do qual cumpre refletir e destacar.
Sendo o tecido empresarial português tão diverso, contando com organizações de origem estrangeira ou transnacional, em que muitas das vezes é tendencialmente menor a interação entre Gestores de Topo e a grande parte dos/as colaboradores/as que constitui a base da empresa, o Middle Management assume uma relevância permanente, de fundo. Acuidade esta, de facto, crescente em situações desafiantes, tais como aquelas em que hoje, profissionais e famílias, todos vivem.
Por um lado, na presente realidade incerta mais imprescindíveis se tornam as Chefias Intermédias enquanto as grandes dinamizadoras da equipa para a produtividade objetiva e mensurável, naquela que deverá ser a sua função de orientação e mobilização para a ação e para a superação de obstáculos. Mais do que nunca, do chão de fábrica ao trabalho administrativo, organizações e colaboradores necessitam de desenvolver a sua adaptabilidade e criatividade a novos métodos e formas de trabalho, sendo a Chefia Intermédia uma importante promotora neste domínio.
Por outro lado, é ainda a Chefia Intermédia que, mais próxima, se encontra numa posição estratégica privilegiada, embora nem sempre fácil, para zelar pelo bem-estar psicológico de cada colaborador, escutando, compreendendo as suas necessidades efetivas, laborais e pessoais, criando laços emocionais sólidos e autênticos. Um trabalho quer singular, colaborador a colaborador, quer simultaneamente coletivo, visando a manutenção dos níveis de estabilidade, funcionalidade e coesão grupais e firmando a «sociedade entre o líder e a sua equipa» de que fala Ken Blanchard e que corresponde à verdadeira liderança.
Middle Management: em suma, um desafio no desafio, mas também uma oportunidade de aproximação e de crescimento individual, coletivo e organizacional.
Artigo da autoria de Synergie Portugal